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O que está por trás dos incêndios no Pantanal e como ajudar.

Olá, leitores!

No texto de hoje vamos falar sobre um assunto bastante sério e que precisa da nossa atenção. Muito provavelmente você deve estar sabendo das queimadas que estão acontecendo no pantanal e outras regiões do Brasil. Se quer entender melhor o que está acontecendo ou se atualizar com mais informações sobre o assunto, continua com a gente...


O que está acontecendo?


O Pantanal está queimando fora de controle. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 12,1 mil focos de calor no Pantanal de janeiro ao início de setembro. E com isso, já foram consumidos mais de 2 milhões de hectares do bioma. Isso representa mais de 15% do bioma no Brasil, o equivalente a 15 cidades de São Paulo.

É comum ocorrer incêndios nesse local, porém, o que está acontecendo agora é que a proporção do fogo é muito maior do que o normal e o bioma está cada dia sendo mais destruído.

O Pantanal está vivendo a pior seca dos últimos 47 anos (possivelmente relacionada ao aquecimento das águas do Atlântico), dessa forma muitas áreas que normalmente alagam, este ano ficaram secas e muita matéria orgânica seca e altamente inflamável está disponível, o resultado disso são incêndios muito mais intensos.

Mais de 90% dos incêndios são causados pelo ser humano, alguns acidentais, outros criminosos. Em notícias, mostra-se que as perícias realizadas no Pantanal apontam que a ação humana está como causa das queimadas na região.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) os incêndios aumentaram em mais de 220% este ano. Esse aumento é alarmante e muito preocupante para a biodiversidade da região.

Ainda através das perícias, descobriu-se que os focos a partir de queima intencional são provocados principalmente para criação de pastos, como também incêndios causados por acidentes na rodovia, problemas técnicos em máquinas agrícolas e fogueiras usadas para extração de mel silvestre.


Por que é tão alarmante?


A perda que está ocorrendo é muito grande e séria para o meio ambiente, para a fauna e flora do nosso país. O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e mesmo sendo o bioma de menor extensão territorial no Brasil, ele abriga alta riqueza em biodiversidade.

Estudos indicam que o bioma abriga os seguintes números de espécies catalogadas: 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, sendo 2 endêmicas. Segundo a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas no bioma e classificadas de acordo com seu potencial, e algumas apresentam vigoroso potencial medicinal. Além da fauna e flora, a riqueza também está na presença das comunidades tradicionais que lá vivem como indígenas, quilombolas, os coletores de iscas ao longo do Rio Paraguai, comunidade Amolar e Paraguai Mirim, dentre outras.

O Pantanal está inserido na parte central da bacia hidrográfica do Alto Paraguai. É uma depressão geográfica circundada pelos planaltos da bacia. Ao todo, a área da bacia está presente em 62% no Brasil, 20% na Bolívia e 18% no Paraguai, com recursos hidrológicos importantes para o abastecimento das cidades, onde vivem aproximadamente três milhões de pessoas. É importante levar em conta a bacia hidrográfica como um todo, uma vez que tudo está interligado.

O equilíbrio ambiental e os processos ecológicos do Pantanal são determinados por eventos, naturais ou não, que ocorrem nas partes altas da bacia hidrográfica.


Quais os efeitos do fogo?


Entre os efeitos diretos do fogo há queimaduras, intoxicações e mortes dos animais. A mortalidade não atinge de maneira uniforme toda a cadeia de diferentes espécies, alguns grupos podem ser mais ou menos suscetíveis às consequências das queimadas. Quanto mais o fogo se alastrar mais a chance de um resultado severo, em que pode ocorrer a eliminação de todos os indivíduos de uma população, ou a redução dessa, entrando em estado de extinção.

Já os efeitos indiretos do fogo podem ser a alteração da estrutura das comunidades animais, devido às mudanças que ocorrem na paisagem. A partir dessas mudanças pode haver diminuição da quantidade e qualidade dos alimentos e mudanças na estrutura dos habitats, como destruição dos locais de abrigo para reprodução, proteção e descanso. Isso pode levar a morte dos animais.

A longo prazo, o fogo interfere na biodiversidade, atrapalha o ecossistema e também aumenta os níveis de poluição. E a recuperação não é simples. De acordo com o especialista Arnildo Pott, que é pesquisador e professor da UFMS, “Quanto mais campo, mais rápida é a recuperação. Quanto mais floresta, mais demorada. Além disso, tem outro aspecto que é o carbono: as plantas acumulam carbono, o solo acumula carbono, material morto é carbono acumulado, e quando isso vai para o espaço, acontece o conhecido efeito estufa.” Ou seja, os efeitos são catastróficos, a ponto de atingir negativamente o ambiente, futuramente.

E mesmo que se recupere rápido, pode não ser algo positivo. Segundo palavras da pesquisadora Cátia Nunes, do Inau: “Geralmente depois de grandes incêndios a paisagem responde com uma rápida camada de capim muito verde. Parece que está tudo bem. Mas, se olharmos de perto, vamos ver que não é um capim como mimoso, natural do bioma e muito rico, mas algo mais pobre e com muita menos biodiversidade”.

Não bastasse isso tudo, os incêndios atingiram coqueiros e palmeiras do entorno dos ninhos de araras-azuis, acabando com a principal fonte de alimento desses animais e consequentemente ameaçando a sua sobrevivência. Dessa forma, coloca em risco todo o trabalho de mais de 20 anos à favor da conservação dessa espécie, que já esteve criticamente ameaçada de extinção e hoje é classificada como vulnerável.


O que vem sendo feito e como ajudar?


Diversas instituições e brigadistas voluntários estão atuando no combate e no resgate dos animais feridos. Há pesquisadores e estudiosos indo a campo, com o intuito de mensurar os danos causados pelo fogo.

O Onçafari, lançou uma campanha de financiamento coletivo, para que todos possam contribuir com a recuperação das áreas afetadas pelo fogo.

O SOS Pantanal está recebendo doações de qualquer quantia que serão destinadas para instituições que estão atuando diretamente no combate dos incêndios no Pantanal. Segundo a instituição, todo o recurso arrecadado será́ utilizado para cobrir os custos de logística e operação dos brigadistas que estão na linha de frente. Você pode colaborar clicando aqui.

Além de ajuda financeira, todos podemos ajudar conhecendo as ongs que fazem esse trabalho direto e apoiando os voluntários, seguindo nas redes sociais e compartilhando as suas publicações para que cheguem em mais pessoas.

Compartilhar informações confiáveis é muito importante para o maior número de pessoas entenderem a real situação e, quem sabe, contribuírem também.

No mais, é preciso que reflitamos nossos hábitos, nossas ações e nosso voto nas eleições. Está em debate a Lei do Pantanal (Projeto de Lei 9950/2018), que visa proteger o nosso bioma. É importante cobrar junto do poder público leis mais rigorosas a favor dos recursos pantaneiros.

Esperamos ter esclarecido possíveis dúvidas. E se você achou relevante esse conteúdo, pedimos que compartilhe, por favor, para que mais pessoas possam ter contato com ele.

Muita obrigada pela leitura!



Fontes: SOS Pantanal, WWF, BBC, El Pais, Ministério do Meio Ambiente e Brasil de Fato.


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