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Você já ouviu falar em Racismo Ambiental?

Quando falamos de exploração do meio ambiente, é preciso falar também das populações que mais sofrem com as consequências dessa exploração. Por isso, trouxemos aqui esse assunto tão importante e atual, mas que ainda é pouco falado e conhecido: racismo ambiental.


Esse tipo de racismo ocorre quando as catástrofes ambientais atingem principalmente a população negra e outras minorias étnicas. Quilombolas, indígenas, negros e povos tradicionais são os maiores prejudicados pela exploração ambiental, pela instalação de empreendimentos ou pela exposição a resíduos tóxicos e perigosos. Falta de saneamento, poluição e surtos epidêmicos atingem muito mais essas pessoas.

Além disso, também pode-se entender como racismo ambiental situações em que lideranças negras falando sobre a luta pelo meio ambiente são cortadas dos debates, ouvidas menos do que pessoas brancas e suas lutas e discursos são inviabilizados. Nos últimos tempos estamos vendo e se revoltando com assassinatos de pessoas negras, mas também é importante prestarmos atenção nos outros níveis desse preconceito e entendermos porque a questão racial está presente na luta ambiental.


O termo racismo ambiental foi pensado pelo Dr. Benjamin Franklin Chavis Jr., que percebeu que as pessoas negras tinham muito mais chance de sofrerem com infecções de resíduos tóxicos. E a partir daí, parte da comunidade ativista negra começou a perceber que o padrão se repetia para uma série de desastres ambientais. Segundo Chavis, “Racismo ambiental é a discriminação racial nas políticas ambientais. É discriminação racial na escolha deliberada de comunidades de cor para depositar rejeitos tóxicos e instalar indústrias poluidoras. É discriminação racial no sancionar oficialmente a presença de venenos e poluentes que ameaçam as vidas nas comunidades de cor. E discriminação racial é excluir as pessoas de cor, historicamente, dos principais grupos ambientalistas, dos comitês de decisão, das comissões e das instâncias regulamentadoras”.


É fácil perceber isso quando vemos que a maioria de empreendimentos poluidores são instalados em regiões em territórios indígenas e quilombolas. Aqui no Brasil há muitos casos assim e as populações sequer são ouvidas, não há garantia e medidas de segurança e dificilmente são amparadas quando acontecem desastres. É como se a vivência dessas pessoas fosse apagada, se aproveitam que são situações que vão gerar pouca ou nenhuma reação do poder público e da sociedade, são comunidades mais carentes e menos ouvidas. Isso está diretamente ligado ao racismo estrutural e em como a sociedade no geral enxerga estas etnias.


Isso não se restringe apenas a empreendimentos e um exemplo claro é a atual pandemia pelo coronavírus. Dados da prefeitura de São Paulo apontam que a população negra paulistana, tem 62% mais chance de morrer que a branca devido à covid. Vejamos bem, o vírus foi trazido por brancos vindos da Europa para o Brasil, e quem sofre mais é a população negra!


Segundo o Dr. Henrique Cunha Jr., doutor em Engenharia Elétrica e Professor na Universidade Federal do Ceará, também faz parte do racismo “deixar as pessoas em situação de risco social”. Percebe-se que grande parte da população periférica é negra e a infraestrutura dos bairros que residem geralmente estão em maior precariedade. Grande parte da população brasileira não tem auxilio básico do Estado, que é quem deveria garantir a manutenção em seus bairros. E fica a reflexão, o mesmo descaso existe em bairros e locais resididos majoritariamente por pessoas brancas?


Isso tudo está ligado a injustiça ambiental, que ocorre quando a carga dos danos ambientais do desenvolvimento se concentra de modo predominante em locais onde vivem populações vulnerabilizadas ou, a nível mundial, em países subdesenvolvidos. Como é o caso de empresas estrangeiras vem para o brasil construir seus empreendimentos e junto desmatam nossas terras e destroem parte do nosso meio de forma que provavelmente não fariam em seus países de origem.


Estamos enfrentando surtos de indignação contra o racismo e fascismo estruturais em nossa sociedade, no período atual. E com isso, não podemos nos esquecer de refletir sobre o que é o racismo ambiental, e como ele afeta o nosso mundo. Devemos entender, questionar e discutir a respeito da negligência do Estado com as questões ambientais no que diz respeito a pessoas negras e periféricas. Além de ouvir e dar voz as populações negras, quilombolas, indígenas, ribeirinhas e outras, nos informar e lutar juntos contra a injustiça ambiental. O racismo mata todos os dias e o racismo ambiental é mais uma das formas dessa violência que precisa ser combatida.


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Fontes: Blog Racismo Ambiental; Vídeo Você sabe o que é RACISMO AMBIENTAL? - Canal Preto (YouTube).



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